quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A função do designer

Olá!

Nossa colega Luiza Boaventura veio com uma indagação que achei muito interessante. Um paradoxo: design e consumismo. Já pararam pra pensar que nossa função, depois de virarmos profissionais do design, pode parecer meio "predatória"? Fazer produtos para que as pessoas gostem dele e o comprem? Entupir lojas com opções diversas de um produto só, para suprir a vaidade das pessoas?

Calma, não tem nada de errado com isso. O que com certeza difere é o ponto de vista e a situação que o designer enxerga à sua frente. É tudo uma questão de se posicionar, de ser ético.

Como escreveu Leonardo Siebra da PUC-RJ em seu texto O designer como agente transformador, "Exemplos (...) de compromisso com o usuário e funcionalidade, tem sido esquecidos por muitos designers que são pressionados pelo mercado e pelo marketing das empresas a realizar objetos cada vez mais voltados para estética, menos duráveis e mais segmentados. Tudo para estimular o consumismo desenfreado, do mundo contemporâneo. (...) Precisamos hoje, de designers criativos, construtivos e de visão independente, (...) [que sejam] profissionais capazes de desempenhar o seu trabalho com conhecimento, inovação, sensibilidade e consciência."

Mas, afinal de contas você precisa trabalhar, muitas vezes para as indústrias, certo? Mas todas as indústrias destinam verba para projetos sociais. Você pode tomar frente para fazer sugestões de projetos. Mas se isto não for possível, procure conhecer de que formas você pode contribuir positivamente para a sociedade.

Para dar uma forcinha, venho com duas coisas boas que dão exemplo de situações para as quais você pode contribuir com essa profissão fantástica.

1. Via DE2IGN: Prótese de perna para mulheres.

Perder um membro ou nascer com alguma deficiência pode certamente acabar com a confiança de qualquer um. Para a mulher, ela tem o desejo de não somente ter a função de caminhar, mas ela quer continuar sendo feminina, quer ter a liberdade e a confiança para viver feliz e sentir-se bem com seu corpo, para que isso se reflita em todos os aspectos de sua vida. Apresentada no site da De2ign, a prótese projetada pela designer Aviya Serfaty, "(...) além de cumprir sua função principal, a prótese foi criada para simular uma perna natural, com todas as curvas e detalhes. Além disso, possui uma série de botões para ajustes, adaptando-se a qualquer ocasião.", escreve Thiago Mano. Como o próprio autor da matéria diz, "isso sim é um exemplo prático do real significado do Design".





2. Via Chelles e Hayashi Design: CADEIRA DE RODAS PARA USO PEDIÁTRICO MOBIL PLUS

Não tenho muitos detalhes sobre o produto, mas a Romy Hayashi pensou em tudo quando pensou nesta cadeira de rodas para crianças. As cores alegres, as formas arredondadas, a aplicação cuidadosa de materiais e o desenvolvimento de mecanismos muito inteligentes para remover os raios das rodas para que as crianças e os seus amigos não se machuquem. Tudo isso para que a criança possa se sinta confiante para se socializar e ser simplesmente criança, se divertindo, brincando, sentindo-se livre... Ao menos é isso que consigo perceber.




Mesmo que estes dois exemplos sejam relacionados à saúde, comece a pensar no papel que o design exerce na sociedade. A gente pode pesquisar o que as pessoas querem e encontrar a lacuna, o que está faltando pra elas, para que consigamos atendê-las em alguma dificuldade que tem, em algum problema que vamos ajudá-la a resolver.

Obrigada e um bom trabalho e estudo a todos nós, futuros designers!
- Samantha Desimon